quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Perdi meu coração ...

Perdi meu coração ..
Revirei os cantos, ergui os móveis, abri os armários e não achei...
Um dia ele estava aqui, sentia como se me ocupasse inteiro,
Mas ele se foi, ou se escondeu ... fugindo da vida que não anda lá essas coisas...
Na dor, é melhor não termos coração ... o meu, sentiu isso ... e fugiu...
Deixando para trás uma história, memórias e uma ponta de saudades...
Ainda vou encontra-lo, talvez uma hora dessas ... ele apareça ... dizendo que sentiu falta de mim, como sinto a falta dele...
Talvez ainda esteja aqui, quietinho, esperando que as coisas mudem para voltar a bater...
Por enquanto, sigo assim, tal qual o homem de lata, sem ter os benditos tijolos dourados para seguir...

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Déjà Vu

Esta noite andei por ruas que já percorri,
voltei aos caminhos que há muito não fazia!
Sentindo o vento batendo em minha cara, o mesmo Minuano...
(que muito já soprou meus rumos)
Revi cenas que, ainda que esquecidas, já estavam gravadas nas minhas memórias.
(as quais eu tentava esquecer, de alguma forma)
A rua parecia interminável, o vento cortava a minha carne...
e as visões pareciam pesadelos!
As noites têm dessas coisas, temos que enfrentar...
Dores que temos que sentir...
(não temos escolhas algumas vezes)
Nem por isso o Sol deixará de brilhar!
Os pássaros já cantam, avisando que um novo dia está para começar!
(E eu continuo caminhando...)
Com os primeiros raios de luz...
Eu dobrei a esquina!
O caminho ainda é longo, nem vejo o fim dele, sei que estou longe do fim!
O dia ainda não nasceu, mas eu não deixarei de caminhar!
Passos rápidos, olhar no horizonte, obstinado...
Acompanhado por quem quiser seguir comigo... (se eu quiser que me acompanhem..)
Nada me parou até agora, não vou parar!
Seguirei!

sábado, 12 de junho de 2010

O encontro!

Após um dia cheio de problemas, uma rotina tumultuada entre mil e um afazeres, o trabalho como sua fuga, uma passada rápida pelo hospital, uma chuva fina e gélida caia sobre a cidade do sul do país. Pablo ainda acreditava em coisas boas, sua postura religiosa era como agnóstico, e ainda que duvidasse da existência de um Deus, sabia que se ele existisse o mal também deveria existir, afinal como saberíamos o que é a luz, se dela não surgissem as sombras.

Ignorou a necessidade de abrigar-se da chuva e esgueirando-se pelas sombras pegou os rumos da zona sul. O frio era intenso, ainda que não fosse a época mais fria do ano, alguma coisa de estranha aquela noite escondia.

Sentiu que não teria necessidade de pegar um ônibus até em casa, estava ansioso, pensou que caminhar talvez pudesse o ajudar a pensar, como a chuva caía, se tivesse vontade de chorar a água esconderia suas lágrimas, naquele momento, isso trouxe-lhe algum conforto.

Caminhou por aproximadamente vinte minutos, não sentiu vontade de chorar, ainda que muitos pensamentos até fossem propícios para isso. As ruas, apesar de não ser tarde da noite, estavam vazias, algo realmente diferente do normal, para um dia qualquer da semana na capital dos pampas.

Passou em um posto de gasolina, comprou seu maço de cigarros, acendeu o primeiro enquanto passava pela bomba de gasolina, como se debochasse do perigo e da vida, riu dos dizeres em latim da famosa caixa vermelha, “Veni, Vidi, Vici” e seguiu pensando em poucas coisas enquanto aproveitava a fumaça que por conta do frio e da fina chuva, perecia ainda mais quente e aveludada que o normal.

Chegou, seu prédio no meio do caos, lembrava os subúrbios do Brooklyn, tal qual filmes americanos. Depois de caminhar por tantos minutos, achou prudente correr, como se aquilo fosse mudar seu estado, completamente molhado!

Subiu passo por passo os quatro lances de escada, as luzes do prédio, que sempre ascendiam com qualquer movimento, ignoraram sua passagem, subiu no escuro até chegar ao seu apartamento. Ao abrir a porta um susto...

O Apartamento era pequeno, Pablo havia limpado tudo antes de sair para o trabalho, tinha fechado todas as janelas, conferiu que tudo estava no seu devido lugar, mas ao abrir a porta, um cheiro horrível tomou conta de seu nariz, quase vomitando correu até as janelas para finalmente abrir e deixar um pouco do ar entrar pelos cômodos do apartamento. Viu-se varrido pelo vento, e uma pancada tão forte de chuva invadiu a janela, molhando os móveis da sala.

Foi até o quarto buscar uma camiseta qualquer para tentar secar o sofá, e nesse momento “O Encontro” começou!

Mesmo com a casa completamente fechada e totalmente limpa, sobre sua cama havia uma infestação de moscas. Pablo simplesmente não entendeu nada, não compreendeu o por que daquilo, mas eram muitas moscas, talvez mais de cem. Em uma atitude quase que desesperada ele pegou uma de suas roupas e abanou-as, tentando fazer com que aquela pequena nuvem de insetos se dissolvesse.

Em vão foram as tentativas, repetidas, exaustivas, desesperadas!

Foi quando subitamente a luz do apartamento se apagou, restando apenas aquele cheiro putrefato, a escuridão e as moscas!

Sentindo que algo não estava bem e receoso de toda aquela cena até então totalmente insólita, Pablo correu até a mesa da sala, na esperança de que com a luz de seu celular ele pudesse tentar espalhar as moscas que estavam no seu quarto e finalmente secar um pouco a sala e deitar, esperando que dormisse logo e que aquele longo dia chegasse ao fim.

Mas ao virar na direção do quarto, tendo como única iluminação a fraca luz de seu celular, seu pior medo se concretizou. O que antes eram apenas moscas, voando em uma pequena nuvem, tornou-se uma massa única, formada com os mesmos brilhos e coloridos esverdeados das moscas, que antes o perseguiam. E como se não bastasse estar enxergando aquilo que era inexplicável, a massa negra de coloridos brilhos, tais quais as asas das moscas varejeiras, vinha em sua direção, com as sombras como testemunha, percebeu que o cheiro asqueroso aumentava a medida que se aproximava o negro vulto.

Em uma reação óbvia, um grito! Que não passou da expressão de desespero de sua cara, já que nem mesmo um sussurro saíra de suas cordas vocais!

Sentia que “O Encontro” estava prestes a chegar em sua derradeira hora, naquela altura, suas pernas já estavam paralisadas e o fedor que exalava aquela estranha massa ocupava sua cabeça embriagando seus pensamentos, tirando qualquer discernimento que pudesse ter!

E assim, já sem forças e sem condições de raciocinar, a massa pustulenta formada como se de uma farinhas daquelas mais de cem moscas que lá estavam, o envolveu, como se engolisse-o, como se quisesse fazer de Pablo e de si, uma única coisa. O cheiro horrível e as moscas, Pablo sentia que desciam pelas suas narinas e boca, viu-se obrigado a respirar dentro daquela nuvem negra fétida e nessa hora, desesperado e com medo de morrer foi que ouviu:

“- Agora você é nosso! Agora, somos um só! Agora és nosso filho!”

Desmaiou...

Na manhã seguinte, acordou em sua cama, descansado, a casa estava de veras mais organizada que o normal. Da noite passada e do seu encontro não sobrou nada, o cheiro desapareceu por completo, a sala estava seca e nem sinal de algum dos insetos que o assombraram anteriormente.

Levantou-se descansado, revigorado, disposto e com a cabeça a mil, ignorou todos os problemas que o afligiam no dia passado, esqueceu-se por alguns segundos da rotina, do hospital, do dinheiro que não tinha e de qualquer outro problema que pudesse ter.

A noite não passara de um sonho, convenceu-se, mas foi ao olhar no espelho que percebeu que aquele encontro tinha sido real!

Assustador ou magnífico, estupefato estava Pablo diante do espelho, olhando-se, perdido ao admirar seus próprios olhos, tentando buscar explicações lógicas sem que quaisquer respostas viessem à sua cabeça.

Lá estavam, as moscas, a nuvem, aquela escuridão, as trevas e a frase a repetir em seus pensamentos.

“- Agora você é nosso! Agora, somos um só! Agora és nosso filho!”

Tudo ao perceber que o brilho verde das moscas e do estranho visitante, agora brilhavam no fundo de seus olhos! Inegável e incontestável!

Tornaram-se um só!

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Sonhos

Nos teus braços encontrei a paz,
Nos teus Beijos vi nascer o fogo,
Nos teus olhos me vi sorrir,
E no teu corpo me perdi!

Nos teus carinhos sonhei,
Nos nossos sonhos construí planos!
E nos nossos planos viverei!
Mais um dia de Sol!

Nada mais importará, se juntos estivermos,
Aprenderemos um jeito nosso de levar a vida,
Uma maneira única de amar sem chorar!
Onde duas almas tão livres, podem uma só virar!

Assisti ao nascer do sol enquanto te olhava,
Velei seu sono com um sorriso que nem imaginava,
Te acordei com beijos, sussurros, suspiros...
Uma vida inteira? Talvez ainda será pouco.

Dois dias e meio de amor,
Direções que mudamos tão rápido,
Um sopro dos anjos que anuncio,
Um amor que surgiu!

Em tudo isso, ainda não sei como acreditar!
Mas não terei medo, o que resta é amar,
Amanhã outro dia, não mais me importa,
Que o mundo fique parado lá fora;
e que nossa lua de mel seja eterna!

És Tu!

És tu que me fez viver!
Encontrei você e me perdi!
Já Depois de tanto tempo, outra vez sorrir?
Deve ser o início de uma nova era!

Como o anjo que esperava,
Em minha vida fez findar a espera,
Mudando a direção que estava,
Surpreendente é Amor!

Encontrei-me nos teus sorrisos,
Me perdi pelo teu corpo,
Seu cheiro é meio desatino, sou confesso!
Apaixonado, perdido e devasso!

Se pudesse, todo dia seria nosso!
Muitas noites em claro, assim seria,
Nada mais do mundo importaria,
Só você e eu, mais uma hora, outro dia!

Assim é que me sinto hoje, por você,
Completo, feliz, perdido e louco.
Assim é que me fez acreditar,
Que só os loucos, sem medo, sabem amar!

A roda da vida gira o tempo todo!
Os círculos suspensos, que nos unam!
Que se for amor, seja verdadeiro!
Assim já é, e enquanto tiver que ser será!

quinta-feira, 13 de maio de 2010

I Just Want You!

Essa vale muito!
No clima musical que estava... Uma letra fantástica que dedico ...
Um pouco de Ozzy Osbourne

I Just Want You!

There are no unlockable doors
There are no unwinnable wars
There are now unrightable wrongs or unsingable songs
There are no unbeatable odds
There are no believable Gods
There are no unnameable names,
Shall I say it again?
Yeah


There are no impossible dreams
There are no invisible seams
Each night when the day is through,
I don't ask much
I just want you


There are no uncriminal crimes
There are no unrhymable rhymes
There are no identical twins or forgivable sins
There are no incurable ills
There are no unkillable thrills
One thing and you know it's true,
I don't ask much
I just want you


I'm sick and tired of bein' sick and tired
I used to go to bed so high and wired
Yeah - yeah - yeah
I think I'll buy myself some plastic water


There are no unachievable goals
There are no unsaveable souls
No legitimate kings or queens,
Do you know what I mean?
Yeah

There are no indisputable truths
And there ain't no fountain of youth
Each night when the day is through
I don't ask much
I just want you!
I just want you!
I just want you!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Intrigante...

Nunca imaginei te ter,
Tão pouco, ousei querer,
Mas me despertaste um momento,
Fazendo da Paz quase um tormento,
Que nem mesmo sei explicar!

Sentimentos fraternos que perdi,
Arrebatou-me ao acaso para ti,
Demônio de formas tão perfeitas,
Sintonia única!
Entre o fogo dos teus olhos,
E a paz do teu sorriso!

Teu sorriso de anjo que era,
Um demônio com face singela,
Me perdi, tu ganhastes, eu confesso!
Atitude essa um reflexo,
De nós dois, nossos fogos, o inferno!

Anjo ou Demônio, o que era?
Já não mais me importa saber,
Pois tu como vieste, partiste.
Tornando tórrida noite em dia triste.
Que comigo hei de guardar!

Me pergunto, ó Demônio, onde errei?
Como um Anjo não te tratei?
Se fui o culpado não sei...
Me permita outra vez vou tentar!
Outro dia? Outra vida? Saberei!

Uma coisa deve saber!
Eu? Não sou Anjo, nem quero ser!
Sou demônio, ser errante, caído, que um dia,
A mim mesmo, jurei lutaria...
Não viver, nem morrer por amor.

Não contava com tal desatino,
Minhas juras foram em vão, eu garanto!
Sem remorso, tristeza ou pranto.
Mais um dia vivido em mim!

Se és Anjo e eu sou Demônio.
Caberia pra nós outro fim?
Cada qual carregado de sonhos.
Se és luz? Fostes treva pra mim!

Cada beijo uma alucinação?
Ó Céus! O que foram então?
Suspiros mais sinceros que palavras,
Abraços carregados de paixão,
Saudades do que nunca existiu?

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Um Pouco de Borges

Amigos, amigas, leitores, como sabem, é muito raro eu postar algo que não seja de minha autoria, mas hoje acordei nessas quase 04hs da manhã com vontade de postar dois textos que são de um autor argentino, ao meu ver um dos maiores escritores que já existiu!
Preferi postar os poemas em espanhol mesmo, sinto mais emoção quando os leio na língua de origem!
Espero que gostem tanto quanto eu!!



Instantes (Jorge Luis Borges)


Si pudiera vivir nuevamente mi vida,
en la próxima trataría de cometer más errores.
No intentaría ser tan perfecto, me relajaría más.
Sería más tonto de lo que he sido,
de hecho tomaría muy pocas cosas con seriedad.
Sería menos higiénico.
Correría más riesgos,
haría más viajes,
contemplaría más atardeceres,
subiría más montañas, nadaría más ríos.
Iría a más lugares adonde nunca he ido,
comería más helados y menos habas,
tendría más problemas reales y menos imaginarios.

Yo fui una de esas personas que vivió sensata
y prolíficamente cada minuto de su vida;
claro que tuve momentos de alegría.
Pero si pudiera volver atrás trataría
de tener solamente buenos momentos.

Por si no lo saben, de eso está hecha la vida,
sólo de momentos; no te pierdas el ahora.

Yo era uno de esos que nunca
iban a ninguna parte sin un termómetro,
una bolsa de agua caliente,
un paraguas y un paracaídas;
si pudiera volver a vivir, viajaría más liviano.

Si pudiera volver a vivir
comenzaría a andar descalzo a principios
de la primavera
y seguiría descalzo hasta concluir el otoño.
Daría más vueltas en calesita,
contemplaría más amaneceres,
y jugaría con más niños,
si tuviera otra vez vida por delante.

Pero ya ven, tengo 85 años...
y sé que me estoy muriendo.


Antelación del amor (Jorge Luis Borges)

Ni la intimidad de tu frente clara como una fiesta
ni la privanza de tu cuerpo, aún misterioso y tácito y de niña,
ni la sucesión de tu vida situándose en palabras o acallamiento
serán favor tan persuasivo de ideas
como el mirar tu sueño implicado
en la vigilia de mis ávidos brazos.
Virgen milagrosamente otra vez por la virtud absolutoria del sueño,
quieta y resplandeciente como una dicha en la selección del recuerdo,
me darás esa orilla de tu vida que tú misma no tienes,
Arrojado a la quietud
divisaré esa playa última de tu ser
y te veré por vez primera quizás como Dios ha de verte,
desbaratada la ficción del Tiempo
sin el amor, sin mí.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Insônia I

Segunda para terça-feira, exatamente duas da manhã, dia 27 de abril de 2010.
Essa noite é uma daquelas que certamente para mim, simples escritor, não precisariam existir. Infelizmente, não sei muito bem como definir noites tais quais essa, todavia, sei que são em noites assim que minha cabeça hiper-ativa acaba por me tirar o sono.
Não é de hoje que sinto essa ansiedade, esse temor, a cabeça quase como se fosse explodir de tanto funcionar. Quando mais novo, toda vez que me punha a pensar em algo que me afligisse o resultado era o mesmo, noites em claro, sonos perdidos, devaneios semi acordado.
É fato que tudo tem um motivo, talvez a minha vida como se encontre, nesse atual momento, me faça pensar mais, temer mais, quase explodir mais. Durante o dia, nas atividades em que encontro prazer (trabalho, estudos e treinos), tudo ocorre da forma normal, como se nada mais importasse, algumas ritalinas, e é como se por cabos conectados ao meu cérebro, nele, só existissem, processos, doutrinas, projetos, leis, pesos, repetições, respectivamente.
Todavia, são em momentos como esse, no frio da noite, na solidão do quarto, quando nem mesmo as bobagens da TV conseguem esvaziar a mente, todos os pensamentos que escondi durante o dia, ressurgem, assombrando e remoendo, fazendo-me perder o sono, a calma, a paciência e a serenidade.
Acreditem, não é fácil, pouco importam os motivos, não me sentiria bem se meus queridos leitores sentissem pena de mim! Não é isso que espero!
Pois bem, voltando, a insônia ... As noites deveriam ter duas finalidades, dormir ou estar acordado. Ao meu ver, quando estamos com insônia não estamos em nenhum desses estados, ficamos como num terceiro estado de percepção, mais próximos do que Castaneda chamaria de Nagual.
Nesse momento de insônia é que meus pensamentos mais íntimos surgem, fazendo-me refletir em segundos tudo o que levariam dias para se analisar. Quando a análise é positiva, tão logo termino, o sono vem e esse escritor é entregue aos braços de Morfeu, quando o resultado não é favorável, o sono some, e é Hades quem governa, levando-me ao submundo, conduzindo-me, em claro, na noite em trevas.
Muitas vezes, os anseios instintivos me mantém acordado, a necessidade de saciar meus primitivos pensamentos também afligem minha alma e perturbam meu sono.
Ser forte não depende só dos muitos quilos que se pesa, ser forte é estar abrigado em um espírito guerreiro, pronto para o que for necessário, enfrentar a vida e quiçá a morte!
Bom ... Cansei de escrever... Enfrentarei Hades! ... Amanhã releio isso aqui!
E como já dizia o Rocky “Temos que permanecer em pé, por mais que a vida nos bata, e sim, ela vai nos bater muito forte! Temos que permanecer em pé!!”

Prosopopéia?

Partimos..
Passado perturbador paira ..
Presente perdido perpetuo..
Promessas procrastino ..por prazer
Pêndulos paralelos por paz.

Possesso pastor, perante pústulas peças.
Progresso penoso, penumbra...
Póstuma passárgada persigo..
Progredindo perante primatas.

Primeiro plano projeto;
Pela prima providência, prossigo!
Permito partir, preciso.
Prêmio pronto, pranto pleno!

Passos perdidos por pena,
Piedade partida,
Postas partes!
Poucos pontos perduram!
Para mim, nada mais de “P”alavras!

sábado, 27 de março de 2010

Solitáte

Sábado, 27 de março de 2010, quase dez da noite, lá fora o tempo não da sinal do que a noite reserva. Aqui dentro, uma história de glórias, dores, sangue, saudades, amores, tormentos. Ainda há pouco, conversando com uma amiga, me fez relembrar um dos maiores seres humanos que já conheci, um cara que certamente ainda vive nas lendas do “undeground” gaúcho, para muitos um louco, para mim um irmão!

Das muitas noites que virei, entre o final dos anos 90 até os meados dos anos 2000, a companhia desse grande homem, sempre se fez presente e para definir o que sinto quando penso nele e nesse tempo vivido, uma palavra! Saudades!

Definir Saudades é um trabalho difícil, uma vez que apesar de ter origem no latim "solitáte", significando solidão, nós, Brasileiros, com a formação Galego-portuguesa do Brasil – Colônia demos um significado único, difícil de ser traduzido, inexistente em muitas línguas, inclusive no próprio espanhol, língua praticamente irmã da nossa versão de português.

Todavia, a palavra saudade é muito mais do que solidão, e por nós, ganhou sentido único, uma mistura de sentimentos que acabam trazendo amor, perda, distância, melancolia, felicidades. Algo que só quem sente saudades sabe descrever!

Assim começo, com Saudades ... Um anjo que andou por esses pagos, curtindo, aproveitando, rindo, brincando e de vez em quando ensinando bons modos para aqueles que em casa não aprenderam refinado tratamento entre aqueles que se convive. Um amigo único, um mestre, um irmão! Que talvez por escolha própria, ou de Deus,do Diabo e de Odin, hoje descansa em algum lugar, que certamente é melhor que esse, escutando alguma banda boa e dando muitas risadas entre uma olhada e outra nos irmãos que permaneceram por aqui e que ainda sofrem com as batalhas diárias nesse tão tortuoso round, breve como um suspiro, chamado vida!

Certamente, aqueles que o conheceram bem, sentem o mesmo que eu, e em noites como a de hoje, sábado, um tempo não definido entre o nosso verão tórrido e o inverno soprado de vento Minuano, ainda se lembram das noites de glória pelos bares de Rock e Hard Core dessa capital.

Ainda escreverei das muitas noites feitas e das estórias que talvez nem devessem ser contadas, mas hoje, ainda não quero fazer isso! Quero apenas declamar minha “solitáte”, brindar minha saudades, na certeza de que mais dia menos dia ainda nos encontraremos pelo Valhala!

Ainda lembro das risadas, ainda lembro das lágrimas, ainda lembro das brigas! Lembro da cara de felicidade quando entre um bom pugilato e outro, tomávamos um gole de vinho e contávamos histórias de outras noitadas! Meu irmão, anjo que desceu nesse plano, sem asas, mas de moto e que perdido nesse nosso mundo caótico encontrou para si um jeito ainda mais caótico de viver!

Que teu nome seja eterno Meleu! Que tuas glórias ainda sejam lembradas por aqueles que te admiram e temidas por aqueles que delas sofreram!

Que tu continues olhando por estes teus irmãos,olhando por mim!

Que ainda possamos nos encontrar!

Que tua frase nunca se cale:

“CONOSCO NINGUÉM FODOSCO!”

E para ti, minha eterna gratidão!

“ Não posso contar do paraíso, mas ainda acredito em anjos!”

quinta-feira, 18 de março de 2010

Para acreditar ...

Simples como o nascer do dia;
Rápido como poderia ser a vida;
Um simples instante de poesia;
Mais um sorriso que o vento levou;

Doce gosto é como imagino;
Um calor no peito, em mim arderia;
Se o que importam são sentimentos;
O corpo sem saber se angustia.

Bons ou ruins, iguais são momentos;
Cada qual em plena harmonia
E Brahma, muito sábio, já dizia;
Não é livre o que tem sentimentos.

De um grito calado e escrito;
A um rabisco qualquer que escapa;
Se amou, de verdade, eu insisto!
Acreditas de novo, outra dia!

Seu sorriso, um sonho, um tormento;
Seus olhos, um dia, eu desvendo;
Por você busco o Sol, as estrelas, o luar;
Me dou asas, e lá no infinito;
És tu, meu anjo, comigo a voar!

terça-feira, 16 de março de 2010

O Peso da Vida!

Das muitas histórias e estórias que escrevo aqui, algumas me tocam mais que as outras, algumas são simples desabafos e pensamentos que solto quando minha cabeça que nunca para precisa de um espaço! Quando dei o nome de “O Grito do Ogro”, esse foi o meu objetivo! Gritar! Não me importando quem me acompanharia ou quem escutaria esse Grito!
Hoje escrevo com o mesmo intuito, assim continuo gritando, praguejando, esbravejando, rosnando ou seja lá como quiserem entender!
Já estamos em março, minha vida entra em um turbilhão de sentimentos, a Roda Da Fortuna, mais uma vez, gira, e com ela a vida se movimenta!
Como de costume, uma breve estória... Ontem em um churrasco entre bons amigos e recentes conhecidos, depois de muito conversarmos e quase não chegarmos a conclusão alguma, o teor alcoólico já era elevado entre muitos dos presentes, esse que vos fala, por não possuir o hábito da bebida, mais observava do que propriamente participava do diálogo do grande grupo, e no “Grande Irmão” da vida, sem cortes e sem câmeras tudo acontece de uma forma mais intensa, verdadeira e simples como a vida deve ser.
A noite avançava e de uma hora para outra o assunto resumiu-se aos percalços da vida e de como temos que ser fortes. As histórias sucediam-se, um dos meus amigos contou estar sofrendo como os amantes do “mal do século”, uma das amigas com uma vida difícil, tendo que vencer sozinha após inúmeras perdas familiares e ainda tendo que ser mãe, um tentando entender a vida e dar rumo para seu destino, etc.
Cada qual com sua história, seus problemas, distintos em sua complexidade, mas iguais em seu peso! Sim, iguais em seu peso, pois cada um atribui o valor que bem entende aos problemas que são seus.
Partiremos deste ponto, sob a ótica dos que sofrem e são felizes, pois como aquela frase “canalha” e conhecida: “Cada um sabe a dor e as delícias de ser o que é!”.
Por mais que nossas vidas estejam caminhando para um lado positivo, sempre haverá problemas, dos mais diversos, dos mais graves, dos menores, dos solucionáveis e dos que de nada adianta pensarmos e é justamente, das diferentes maneiras que encararemos cada um, que alcançaremos de maneira e mais fácil o único e verdadeiro sentido da vida, A Felicidade.
Parece fácil falar, talvez seja mais fácil falar do que aplicar a vida real, pode ser, até concordo, mas caros leitores, este que vos escreve, não vive em nenhum mundo mágico de alegrias e arco-íris, podem ter certeza disso!
De maneira nenhuma acredito que o mundo seja como a fazenda dos teletubbies, e como muito bem ensinou o Rocky: “The world ain't all sunshine and rainbows. It's a very mean and nasty place and I don't care how tough you are it will beat you to your knees and keep you there permanently if you let it. You, me, or nobody is gonna hit as hard as life. But it ain't about how hard you hit. It's about how hard you can get hit and keep moving forward. How much you can take and keep moving forward. That's how winning is done! Now if you know what you're worth then go out and get what you're worth. But you gotta be willing to take the hits, and not pointing fingers saying you ain't where you wanna be because of him, or her, or anybody! Cowards do that and that ain't you! You're better than that!”
Assim, não adianta achar que você vai ser tratado bem pela vida, pois infelizmente não vai, mas terá que permanecer em pé! Lutando, sendo forte, carregando os fardos que ela destina para sua jornada!
Cada um tem seu fardo e não cabe julgar o fardo do outro! Cada um sabe o peso que carrega e a força que tem! Isso é a regra, regra tal qual a de que mesmo aqueles que carreguem fardos de chumbo não poderão se entregar, não poderão baixar a guarda nem desistir de lutar!
Assim é a vida! Permaneça de pé!

Nada Mais ...

Ainda busco as mesmas coisas de sempre!
Os textos que outrora regiam meus dias, e minhas noites;
Ainda fazem parte dos meus pensamentos mais simples;
Outro dia que começa e mais uma vez seguimos caminhos distintos!

Quase um ano...
Nada mudou... e a marca de tinta só não é mais forte do que a marca de sangue!
Votos de um ano novo, renasce no espírito a esperança!
Paz, nem mesmo sei mais com o que eu busco!

O preço por acreditar que só se vive uma vez;
Seguir forte, ser mais forte, viver mais forte!
Agradecendo aos que me acompanham e entendendo aqueles que me abandonaram;
Alguns eu mesmo abandonei! Desculpas;

Textos desconexos, simples desabafo, liberdade poética ou preguiça!?
Assim ... nada mais!