sexta-feira, 30 de abril de 2010

Um Pouco de Borges

Amigos, amigas, leitores, como sabem, é muito raro eu postar algo que não seja de minha autoria, mas hoje acordei nessas quase 04hs da manhã com vontade de postar dois textos que são de um autor argentino, ao meu ver um dos maiores escritores que já existiu!
Preferi postar os poemas em espanhol mesmo, sinto mais emoção quando os leio na língua de origem!
Espero que gostem tanto quanto eu!!



Instantes (Jorge Luis Borges)


Si pudiera vivir nuevamente mi vida,
en la próxima trataría de cometer más errores.
No intentaría ser tan perfecto, me relajaría más.
Sería más tonto de lo que he sido,
de hecho tomaría muy pocas cosas con seriedad.
Sería menos higiénico.
Correría más riesgos,
haría más viajes,
contemplaría más atardeceres,
subiría más montañas, nadaría más ríos.
Iría a más lugares adonde nunca he ido,
comería más helados y menos habas,
tendría más problemas reales y menos imaginarios.

Yo fui una de esas personas que vivió sensata
y prolíficamente cada minuto de su vida;
claro que tuve momentos de alegría.
Pero si pudiera volver atrás trataría
de tener solamente buenos momentos.

Por si no lo saben, de eso está hecha la vida,
sólo de momentos; no te pierdas el ahora.

Yo era uno de esos que nunca
iban a ninguna parte sin un termómetro,
una bolsa de agua caliente,
un paraguas y un paracaídas;
si pudiera volver a vivir, viajaría más liviano.

Si pudiera volver a vivir
comenzaría a andar descalzo a principios
de la primavera
y seguiría descalzo hasta concluir el otoño.
Daría más vueltas en calesita,
contemplaría más amaneceres,
y jugaría con más niños,
si tuviera otra vez vida por delante.

Pero ya ven, tengo 85 años...
y sé que me estoy muriendo.


Antelación del amor (Jorge Luis Borges)

Ni la intimidad de tu frente clara como una fiesta
ni la privanza de tu cuerpo, aún misterioso y tácito y de niña,
ni la sucesión de tu vida situándose en palabras o acallamiento
serán favor tan persuasivo de ideas
como el mirar tu sueño implicado
en la vigilia de mis ávidos brazos.
Virgen milagrosamente otra vez por la virtud absolutoria del sueño,
quieta y resplandeciente como una dicha en la selección del recuerdo,
me darás esa orilla de tu vida que tú misma no tienes,
Arrojado a la quietud
divisaré esa playa última de tu ser
y te veré por vez primera quizás como Dios ha de verte,
desbaratada la ficción del Tiempo
sin el amor, sin mí.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Insônia I

Segunda para terça-feira, exatamente duas da manhã, dia 27 de abril de 2010.
Essa noite é uma daquelas que certamente para mim, simples escritor, não precisariam existir. Infelizmente, não sei muito bem como definir noites tais quais essa, todavia, sei que são em noites assim que minha cabeça hiper-ativa acaba por me tirar o sono.
Não é de hoje que sinto essa ansiedade, esse temor, a cabeça quase como se fosse explodir de tanto funcionar. Quando mais novo, toda vez que me punha a pensar em algo que me afligisse o resultado era o mesmo, noites em claro, sonos perdidos, devaneios semi acordado.
É fato que tudo tem um motivo, talvez a minha vida como se encontre, nesse atual momento, me faça pensar mais, temer mais, quase explodir mais. Durante o dia, nas atividades em que encontro prazer (trabalho, estudos e treinos), tudo ocorre da forma normal, como se nada mais importasse, algumas ritalinas, e é como se por cabos conectados ao meu cérebro, nele, só existissem, processos, doutrinas, projetos, leis, pesos, repetições, respectivamente.
Todavia, são em momentos como esse, no frio da noite, na solidão do quarto, quando nem mesmo as bobagens da TV conseguem esvaziar a mente, todos os pensamentos que escondi durante o dia, ressurgem, assombrando e remoendo, fazendo-me perder o sono, a calma, a paciência e a serenidade.
Acreditem, não é fácil, pouco importam os motivos, não me sentiria bem se meus queridos leitores sentissem pena de mim! Não é isso que espero!
Pois bem, voltando, a insônia ... As noites deveriam ter duas finalidades, dormir ou estar acordado. Ao meu ver, quando estamos com insônia não estamos em nenhum desses estados, ficamos como num terceiro estado de percepção, mais próximos do que Castaneda chamaria de Nagual.
Nesse momento de insônia é que meus pensamentos mais íntimos surgem, fazendo-me refletir em segundos tudo o que levariam dias para se analisar. Quando a análise é positiva, tão logo termino, o sono vem e esse escritor é entregue aos braços de Morfeu, quando o resultado não é favorável, o sono some, e é Hades quem governa, levando-me ao submundo, conduzindo-me, em claro, na noite em trevas.
Muitas vezes, os anseios instintivos me mantém acordado, a necessidade de saciar meus primitivos pensamentos também afligem minha alma e perturbam meu sono.
Ser forte não depende só dos muitos quilos que se pesa, ser forte é estar abrigado em um espírito guerreiro, pronto para o que for necessário, enfrentar a vida e quiçá a morte!
Bom ... Cansei de escrever... Enfrentarei Hades! ... Amanhã releio isso aqui!
E como já dizia o Rocky “Temos que permanecer em pé, por mais que a vida nos bata, e sim, ela vai nos bater muito forte! Temos que permanecer em pé!!”

Prosopopéia?

Partimos..
Passado perturbador paira ..
Presente perdido perpetuo..
Promessas procrastino ..por prazer
Pêndulos paralelos por paz.

Possesso pastor, perante pústulas peças.
Progresso penoso, penumbra...
Póstuma passárgada persigo..
Progredindo perante primatas.

Primeiro plano projeto;
Pela prima providência, prossigo!
Permito partir, preciso.
Prêmio pronto, pranto pleno!

Passos perdidos por pena,
Piedade partida,
Postas partes!
Poucos pontos perduram!
Para mim, nada mais de “P”alavras!