sábado, 27 de março de 2010

Solitáte

Sábado, 27 de março de 2010, quase dez da noite, lá fora o tempo não da sinal do que a noite reserva. Aqui dentro, uma história de glórias, dores, sangue, saudades, amores, tormentos. Ainda há pouco, conversando com uma amiga, me fez relembrar um dos maiores seres humanos que já conheci, um cara que certamente ainda vive nas lendas do “undeground” gaúcho, para muitos um louco, para mim um irmão!

Das muitas noites que virei, entre o final dos anos 90 até os meados dos anos 2000, a companhia desse grande homem, sempre se fez presente e para definir o que sinto quando penso nele e nesse tempo vivido, uma palavra! Saudades!

Definir Saudades é um trabalho difícil, uma vez que apesar de ter origem no latim "solitáte", significando solidão, nós, Brasileiros, com a formação Galego-portuguesa do Brasil – Colônia demos um significado único, difícil de ser traduzido, inexistente em muitas línguas, inclusive no próprio espanhol, língua praticamente irmã da nossa versão de português.

Todavia, a palavra saudade é muito mais do que solidão, e por nós, ganhou sentido único, uma mistura de sentimentos que acabam trazendo amor, perda, distância, melancolia, felicidades. Algo que só quem sente saudades sabe descrever!

Assim começo, com Saudades ... Um anjo que andou por esses pagos, curtindo, aproveitando, rindo, brincando e de vez em quando ensinando bons modos para aqueles que em casa não aprenderam refinado tratamento entre aqueles que se convive. Um amigo único, um mestre, um irmão! Que talvez por escolha própria, ou de Deus,do Diabo e de Odin, hoje descansa em algum lugar, que certamente é melhor que esse, escutando alguma banda boa e dando muitas risadas entre uma olhada e outra nos irmãos que permaneceram por aqui e que ainda sofrem com as batalhas diárias nesse tão tortuoso round, breve como um suspiro, chamado vida!

Certamente, aqueles que o conheceram bem, sentem o mesmo que eu, e em noites como a de hoje, sábado, um tempo não definido entre o nosso verão tórrido e o inverno soprado de vento Minuano, ainda se lembram das noites de glória pelos bares de Rock e Hard Core dessa capital.

Ainda escreverei das muitas noites feitas e das estórias que talvez nem devessem ser contadas, mas hoje, ainda não quero fazer isso! Quero apenas declamar minha “solitáte”, brindar minha saudades, na certeza de que mais dia menos dia ainda nos encontraremos pelo Valhala!

Ainda lembro das risadas, ainda lembro das lágrimas, ainda lembro das brigas! Lembro da cara de felicidade quando entre um bom pugilato e outro, tomávamos um gole de vinho e contávamos histórias de outras noitadas! Meu irmão, anjo que desceu nesse plano, sem asas, mas de moto e que perdido nesse nosso mundo caótico encontrou para si um jeito ainda mais caótico de viver!

Que teu nome seja eterno Meleu! Que tuas glórias ainda sejam lembradas por aqueles que te admiram e temidas por aqueles que delas sofreram!

Que tu continues olhando por estes teus irmãos,olhando por mim!

Que ainda possamos nos encontrar!

Que tua frase nunca se cale:

“CONOSCO NINGUÉM FODOSCO!”

E para ti, minha eterna gratidão!

“ Não posso contar do paraíso, mas ainda acredito em anjos!”

5 comentários:

  1. emocionada,arrepia e sem palavras!!!abraços

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  2. emocionante... tu escreve muito bem querido...bjs

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  3. Saudade é mão que acaricia justo onde mais dói...
    Grande texto, beijão.

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  4. Uma grande palavra, um imenso assunto.

    Saudade.

    Poucos sabem descrever,pouquíssimos tem coragem de falar sobre.

    Beleza Cara!!! Mto bom.

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  5. falar do meleca é dificil, lembrar dele sem poder vê-lo é mais ainda, muitos temiam, mas ng tinha coragem de se aproximar e conheceer akele coração imennnnnso que não cabia naquele peito. infelizmente soube da sua partida mto tempo depois mas o suficiente pra lamentar sempre. meleu É o cara
    que nos proteja sempre nas nossas caminhas da vida

    bjo

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